O ensino e a pandemia: era tudo uma mentira? Ou a pressão foi grande demais?
Realmente, a
população fica no meio de tantas informações conflitantes, que deixam as
pessoas desnorteadas, em dúvida sobre a veracidade da força do coronavirus no
Brasil, apesar dos acontecimentos mundiais. Começa-se pelos Ministros da Saúde
que saíram do governo por divergências com o presidente, que é negacionista confirmado.
O atual ministro, que é general da ativa, segue as orientações do presidente,
embora não se possa defini-lo como um negacionista.
Nesse período
eleitoral que se aproxima houve uma diminuição de notícias sobre a Covid-19,
colocando mais dúvidas na realidade que nos foi desenhada, apesar do número de
mortes apresentadas diariamente e pela falta de uma vacina efetiva. As mortes até
então divulgada são alvos de discussão, de contestação por uma boa parte da
população; a metodologia utilizada não ficou tão clara, bem como as explicações
sobre a força desse vírus, já que para muitos é só uma fraca gripe. Soma-se a
isso as ações dos negacionistas, que são pessoas influentes, inclusive
promovendo carreatas e manifestações públicas, nas principais cidades brasileiras,
durante a pandemia.
No Espírito Santo
não foi diferente. Houve uma pressão para que as pessoas esquecessem dos
valores de suas vidas, colocando-as em risco. Para isso, manifestantes exigiam
a volta das atividades econômicas e também que se acabasse com o distanciamento
social. Bom, isso acabou acontecendo próximo das eleições municipais para
prefeitos e vereadores, bem como nos outros estados da região sudeste.
Hospitais de campanha foram desmontados e em vários estados a corrupção de fez
presente.
Próximo ao período
eleitoral, ao que parece, os políticos brasileiros, imprensa e o vírus
combinaram uma trégua. Vale destacar que o governador Renato Casagrande
resistiu o quanto pode a todas as pressões, de fortes grupos econômicos, mas,
não poderia resistir eternamente, mesmo porque grande parte da população também
pedia a volta das atividades normais. Além disso, não montou hospitais de campanha,
o que indica que foi um bom gestor na crise.
Recentemente,
vários governadores decidiram liberar a volta as aulas, dentre eles Zema, de
Minas Gerais, João Dória, de São Paulo, Cláudio Castro, Rio de Janeiro e Renato
Casagrande, do Estado do Espírito. No Espírito Santo ficou definido durante
coletiva de imprensa, que a partir do dia 5 de outubro de 2020 as aulas poderão
voltar normalmente. A decisão vale para as instituições de ensino pública ou
privada e em todos os níveis, em cidades definidas como de baixo risco de
contaminação. Essa decisão foi tomada, faltando, então, praticamente dois meses
e meio para o fim do ano letivo.
Na realidade o
Governador liberou a possibilidade de volta as aulas, mas, os prefeitos é quem
irão decidir se voltarão ou não de fato, pois é uma decisão a ser tomada por
eles. O que os govenadores fizeram foi criar uma possibilidade para que
ocorressem essa volta às aulas, já que as leis, decretos municipais não podem
se sobrepor às leis de Estado, assim como as leis de Estado não podem se
sobrepor às leis federais.
A questão é: se
nossa educação está estagnada, conforme notas obtidas no Pisa 2018 e
anteriores, vale a pena arriscar a vida de pessoas nesse momento? Ao que tudo
indica os governadores cederam a pressão dos partidos e dos prefeitos, bem como
das associações econômicas que aproveitaram a oportunidade e juntaram forças com
os partidos políticos interessados nas eleições.
É estranho termos
um ano em que o isolamento social, a higienização e o uso de máscaras sempre
foram apontadas como a solução, prevenção contra a covid-19. De uma hora para a
outra tudo se resolve e não se fala mais nisso, havendo desmontes dos hospitais
de campanha e liberação geral, mantido os protocolos. Mas, não seria hora de
melhorarmos nossa educação aproveitando as oportunidades do uso de tecnologias
e acertando os pontos onde faltam estruturas para utilizá-las?
Mesmo com o
protocolo a ser utilizado pelas instituições de ensino, o uso de ensino
híbrido, revezamento de alunos nas salas de aula, distanciamento social, etc.,
tudo se perde na prática, principalmente com os estudantes de menor idade ou
mesmo com os adultos negacionistas. Bom informar que os pais podem optar por
não deixarem os filhos irem para as escolas, o que é um direito da família, e
pelo que consta o Ministério Público e a Defensoria Pública concordam com essa
condição, em todas as instituições de ensino, deixando os filhos destes últimos
com atividades remotas.
Independente de se
ter que ir as aulas todos os dias ou um dia da semana, o risco sempre estará
presente. Interessante essa postura dos governadores e secretários uma vez que
temos conhecimento da segunda onda em vários países da Europa, justamente
quando da liberação do distanciamento social e da volta às atividades normais.
Na realidade essa
decisão dos governadores brasileiros é mais política do que técnica. Sem
justificativa para a liberação de todas as atividades, inclusive as atividades
escolares, uma vez que somente a higienização, o distanciamento social e uso de
máscaras são as principais armas contra a Covid-19 e nada mudou até então.
Portanto, o vírus continua livre e solto, esperando oportunidades para que uma
nova onde ocorra; ou, então, os negativistas estavam certos: é só uma
gripezinha. Portanto, em resumo, é uma decisão política, onde os prefeitos
poderão liberar as atividades econômicas e, ainda, aumentarem o capital
político, certamente um bom negócio em época de eleições.
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