domingo, 25 de outubro de 2020

Educandos com deficiências, processo de aprendizagem e o Decreto 10.502/202

Educandos com deficiências atrapalham quando da inclusão escolar em salas de aula regulares? 

 

O processo de aprendizagem de acordo com Collares e Moyses (1994) é um processo em que se necessita de capacidades intelectuais superiores, porém não as mais complexas, afirmando que considerando o potencial humano, o processo, de alfabetização, por exemplo, é relativamente simples. 

Mas, ainda nãos e tem uma estrutura que possa garantir a aprendizagem de pessoas com deficiência, especialmente a intelectual. As autores citam  e eu concordo que: 
a) as patologias mal definidas sustentam a falta de estrutura e comprometimento no processo ensino-aprendizagem de educandos com deficiência, especialmente a intelectual;

b) diagnósticos vagos e imprecisos rotulam negativamente os educandos com deficiências;

c) os professores são incapazes de lidar com tantas patologias e distúrbios, gerando desvalorização crescente dos professores;

d)  na prática a criança incorpora e confirma o diagnóstico;

e) os professores que deveriam assumir responsabilidades, transferem-na para os profissionais de saúde, com o aval das instituições;

f) o mal está sempre com a pessoa com deficiência;

g) o sistema permanece com sua inoperância, com alta eficiência ideológica;

h) o espaço eminentemente pedagógico da instituição escolar tem-se esvaziado, tem-se tornado vago. Uma instituição social em que seus atores - os profissionais da Educação -,rebaixados na escala social, com salários aviltantes, sentindo-se incapazes, expropriados de seu saber, estão prontos a delegar seu espaço, prontos a submeterem-se a uma nova ordem. 

i) o trabalho pedagógico, desqualificado, cede terreno para o trabalho de outros profissionais, estimulados pela necessidade de mercado de trabalho. 

j) O espaço escolar, voltado para a aprendizagem, para a normalidade, para o saudável, transforma-se em espaço clínico, voltado para os erros e distúrbios. 

k) sem qualquer melhoria dos índices de fracasso escolar, as crianças continuam não aprendendo...em taxas alarmantes, a incorporação da doença... uma doença inexistente... 

Com isso, o que se tem é uma avaliação PISA (2018) decepcionante e que vem com um decreto assinado pelo Presidente e pelo seu Ministro da Educação que em nada contribui para um ensino de qualidade. Pelo contrário, leva a um retrocesso da década de 70, 80, infelizmente.


Referência

Collares, C. A. L., & Moysés, M. A. A. (1994). A transformação do espaço pedagógico em espaço clínico: a patologização da educação. Série ideias23, 25-31.





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