terça-feira, 27 de outubro de 2020

Ensino Superior: graduação e mercado de trabalho

 Com graduação e sem emprego: quais os motivos? 


De acordo com o Dieese, os formandos no ensino superior estão encontrando dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Essa dificuldade não é nova, pelo simples motivo do Brasil sempre ser uma promessa e nunca uma realidade econômica. Não crescemos por causa de corrupção e má gestão, uma vez que temos recursos econômicos em abundancia e mão de obra de qualidade e disposta a trabalhar.

Temos recursos econômicos abundantes, mas, mesmo assim não decolamos. Claro que com a crise econômica as dificuldades aumentaram. Como consequência, pessoas com cursos superiores, de diferentes áreas de formação, especialmente os recém formados, disputam vagas com pessoas de nível técnico, o que por si só evidencia a situação pela qual os brasileiros passam a décadas e não somente a partir da crise de 2013.  

Bom destacar também que o desemprego atingiu pessoas de várias faixas etárias e níveis de escolaridade, o que leva os trabalhadores a aceitarem empregos em outras áreas e em condições inferiores ao que realmente pretendiam ao ingressarem em um curso superior, na maioria das vezes por necessidade econômica.  

Por exemplo, atualmente, enfermeiros trabalham como técnicos e os técnicos ficam desempregados ou trabalham fora de sua especialidade; com isso o Brasil perde força de trabalho, deixa de criar valor, impactado, na qualidade de vida, no bem-estar social e no desenvolvimento econômico.

Com aumento da concorrência entre trabalhadores, ocorre diminuição do rendimento médio e aumento de dificuldades para o jovem recém formado conseguir seu primeiro emprego, em sua área de formação. As pessoas sem empregos ou em busca de seus primeiros empregos aceitam, na maioria das vezes, salários menores do que seriam oferecidos em tempo de crescimento econômico, ou, ainda, empregos que não exigem ensino superior.

A concorrência, ocorre, portanto, entre pessoas com formação em ensino superior, com mais experiência, ou, ainda, com pessoas com nível de escolaridade mais baixa, o que impacta negativamente nas remunerações.

A desigualdade é um fator que impacta nas oportunidades. A network, a condição socioeconômica da família, a disponibilidade de recursos financeiros. Jovens integrantes de famílias de menor renda acabam aceitando empregos abaixo de sua formação ou capacidade, o que não é relevante para a maioria das ofertas de emprego. Outro fator é que, devido às condições familiares pré-existentes, muitos jovens universitários de menor renda acabam se inserindo no mercado de trabalho em ocupações que não têm relação com a formação universitária.

A forma como o recém formado ingressa no mercado de trabalho, na maioria das vezes, é determinante nas oportunidades futuras de trabalho e na carreira que seguirão. Portanto, é crucial que o país esteja organizado e com a economia consolidada, de forma que nossos jovens não sejam prejudicados no futuro em suas carreiras e em seus sonhos.  

Fonte: IBGE; Dieese.

https://www.dieese.org.br/boletimempregoempauta/2019/boletimEmpregoEmPauta13.html

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